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Duke Kahanamoku
20/01/2022 00:08 em NOTÍCIAS

Como Duke Kahanamoku popularizou o surfe

Todos os olhos estarão voltados para as ondas quando o surfe estrear como esporte olímpico em Tóquio neste verão.

Surfistas competitivos atribuem ao falecido Duke Paoa Kahanamoku, pai do surfe moderno, o engrandecimento de seu esporte. De acordo com a biógrafa Sandy Hall, Kahanamoku, lendário havaiano, foi “o maior” atleta aquático de todos os tempos. “A única coisa que ele não fez foi andar sobre as águas”, diz Sandy.


As manchetes em 1911 anunciaram o recorde mundial de natação de cem jardas (cerca de 91,4 m) de Kahanamoku — ele conseguiu isso introduzindo braçadas mais poderosas e uma batida de perna. Sua fama disparou depois que ele ganhou uma medalha de ouro e uma de prata para a equipe olímpica dos Estados Unidos em 1912, época em que o Havaí era um território dos Estados Unidos.Kahanamoku nasceu em 1890 em uma família cujos membros eram conhecidos por suas habilidades no oceano. Ele próprio se tornou um nadador campeão olímpico antes de popularizar o surfe.

 

“Duke”, como ficou conhecido, ganhou cinco medalhas (três de ouro) em três Jogos Olímpicos.

Depois de treinar em Atlantic City, Nova Jersey, ele voltou à cidade turística em agosto de 1912 para cumprir a promessa de realizar uma exibição de surfe.

Por três semanas, milhares de pessoas compareceram para assistir Kahanamoku surfar nas ondas em pranchas de surfe de madeira. Ele surfou para trás e plantou bananeira, entre outras acrobacias. Em junho de 1913, Kahanamoku conduziu mais três exibições em cidades costeiras da Califórnia, em cada uma, novamente, causando uma grande impressão.

“Sempre que Duke surfava, uma multidão se reunia”, disse Matt Warshaw, fundador da organização sem fins lucrativos Enciclopédia do Surfe e ex-editor da revista Surfer. “Ele era tão atraente, tão bonito, e tinha esse cabelo preto penteado para trás. Ele (…) era capaz de fazer algo novo e impressionante, e fazia com que parecesse tão incrível.”

Kahanamoku impressionou multidões alguns anos depois na Austrália e na Nova Zelândia. Mas foi uma quase tragédia de 1925 que deu a Kahanamoku um lugar no coração de muitas pessoas. Quando um barco virou em Corona del Mar, Califórnia, ele usou sua prancha para transportar oito pessoas em segurança para a costa. Tom Henry, amigo de Kahanamoku, descreveu o resgate décadas depois em um episódio de 1957 de “This Is Your Life”* (Esta é sua vida).

“Por três vezes, Duke voltou dos destroços para a costa, e a cada vez trouxe sobreviventes”, disse Henry.

O serviço público de Kahanamoku se estendeu com o intuito de servir como xerife da cidade e do condado de Honolulu por quase três décadas. Depois que o Havaí se tornou o 50º estado em 1959, a popularidade de Kahanamoku como atleta e ator de Hollywood — ele havia conseguido papéis em filmes mudos e de longa metragem — fez dele uma escolha natural para se tornar o recepcionista oficial da cidade. A ele foi atribuído o aumento do turismo no local.

“Ele era conhecido por ser carismático, mas também muito receptivo”, disse John Rosa, professor de História da Universidade do Havaí em Manoa.

Seguindo o conselho de seu médico, Kahanamoku parou de surfar aos 60 anos, escolhendo a vela como seu esporte preferido durante seus anos avançados. Ele morreu em 1968, aos 77 anos, de ataque cardíaco, deixando um legado de graça, capacidade atlética e um estilo de surfe sublime.

Warshaw disse que Kahanamoku continua sendo um exemplo poderoso para gerações de surfistas. “Duke era ‘o cara’ em todos os lugares que ia”, disse ele.

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